Sejam todos muito bem
vindos ao meu inferno particular. De tanto me ferrar resolvi procurar abrigo
por aqui e ganhar um pouco de fôlego. Queria jogar alguns pratos no chão e não ter
obrigação de colar os caquinhos. Não me pergunte que dia é hoje, não tenho mais
obrigação com essa merda de tempo. Sou alcoólatra, destruidor de louças, um anarquista
filho da puta que escreve, rosna, persegue incansavelmente os idiotas e declama
poesias em escadas rolantes. Estupro as ideias mais originais gozando da minha
própria criatividade. Meu passado é de vilão, não tenho honra, futuro e só
gosto de frutas maduras, mas se tratando de mulheres só como as novinhas. Sei que
um dia vou morrer, não estou ansioso, mas também não vou espernear quando a hora chegar. Quem sabe o que faz não perde tempo se lamentando. Então
quando chegar aqui lembre-se que o inferno já tem dono e não é o diabo.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Para sempre na esbórnia da saudade.
As minhas melhores
lembranças são suas. Nós dois amanhecendo numa bebedeira inconsequente regada a
conversas cretinas sobre sonhos delirantes. Dois idiotas românticos dando à
cara a tapa para esse mundo de merda. Querendo destruir vidas sem razão, só por
diversão, apenas para ter algo para rir e conspirar numa mesa de botequim. Como
éramos tolos, como ainda somos tolos baby.
Andávamos pelas ruas
cambaleando e cantando para um novo dia que raiava. Saudando mais uma nova
ressaca, que insistente nos perseguia sem dó, atraída pelo bafo de álcool dos
nossos arrotos mais barulhentos. Pulávamos muros perambulando atrás de novos
caminhos, subindo e descendo calçadas improváveis na busca sem sentido por uma
fuga mais poética.
Vomitávamos a vida pelas esquinas colocando as
tripas para fora. Sentindo o gosto das nossas certezas mais amargas. Poças de
desilusões pelo chão. Às vezes era impossível contorna-las e pisávamos firme
espalhando toda merda pela vida. Vivíamos de paixão sem sentido e alguns
trocados amassados nos bolsos do casaco. Dinheiro de bêbado tentando subornar um
coração para bater mais rápido.
Mas não foi o
suficiente e ele desacelerou até finalmente parar. Contagem regressiva cruel. Quem
poderia imaginar que você encararia isso com a cabeça tão erguida? Homens mais valentes borraram as calças, mas
você não, você não colocaria tudo a perder assim no final. Saltou do precipício como
quem mata o último gole de uísque. Bebeu tudo de uma vez e me deixou só com a
saudade.terça-feira, 29 de setembro de 2009
Voyer.
Um
arroto corta o ar e faz um estrondo que poderia tranquilamente ser comparado a
um rugido de leão. Sabe aqueles de caminhoneiro que vem depois de um belo prato
de mocotó seguido de uma cerveja? O sujeito colocou todos os seus demônios para
fora pela porta da frente e ainda conseguiu acordar metade da vizinhança. Sua
mulher lhe cutucou de leve, murmurou alguma coisa mas logo voltou a dormir.
Algumas quadras dali, um cara levava três tiros no peito, pois não quis passar a carteira. Morreu agonizando num urro desumano, bem ao lado de um mendigo que pouco pode fazer, mas que até gostou da companhia. Era uma noite fria e aquele bebê que foi deixado na porta de um estranho, sentia isso na pele. Sua mãe essa altura do campeonato está dentro de um ônibus fugindo para alguma cidadezinha litorânea com o marido de outra e simplesmente se desfez do peso extra. Mulheres sendo estupradas em becos escuros por tiras corruptos, pessoas roubando para satisfazer a própria fome. Era mais uma noite, apenas mais uma maldita noite de inverno e eu só podia escrever. Beber, fumar e escrever. Apenas mais um refém a mercê dos caprichos da escuridão. Às vezes encarava tudo como um repórter policial, mas era pura ficção. A vida está cada dia mais crua e cruel que as minhas sujeiras se aproximam da realidade de uma forma nojenta. Um dia ainda engataria um livro infantil com mágicos e seres sobrenaturais carismáticos e escaparia de toda essa merda. Olhar pela janela buscando esse tipo de inspiração estava acabando comigo. Dei um soco no vidro da janela em um momento de explosão e o sangue misturou-se com pequenos estilhaços de vidro. Uma rajada de vento entrou e anestesiou um pouco a dor. Ascendi um cigarro e sentei no chão. Olhei alguns instantes a mão cortada, apenas isso e cheguei à conclusão que cada corte era uma daquelas injustiças pela noite afora. Fui arrancando cada pequeno caco cravado na pele, como se ajudasse uma daquelas pessoas. Quanto mais tirava mais sangue jorrava e ao fazer isso o cigarro manchou. Algumas cicatrizes não são nossas, mas mesmo assim são gravadas simbolicamente como brasa quente na nossa pele e não existe nada que se possa fazer a respeito. Eu sorria e fumava, repetindo pra mim mesmo que era só mais uma noite, apenas isso.
Algumas quadras dali, um cara levava três tiros no peito, pois não quis passar a carteira. Morreu agonizando num urro desumano, bem ao lado de um mendigo que pouco pode fazer, mas que até gostou da companhia. Era uma noite fria e aquele bebê que foi deixado na porta de um estranho, sentia isso na pele. Sua mãe essa altura do campeonato está dentro de um ônibus fugindo para alguma cidadezinha litorânea com o marido de outra e simplesmente se desfez do peso extra. Mulheres sendo estupradas em becos escuros por tiras corruptos, pessoas roubando para satisfazer a própria fome. Era mais uma noite, apenas mais uma maldita noite de inverno e eu só podia escrever. Beber, fumar e escrever. Apenas mais um refém a mercê dos caprichos da escuridão. Às vezes encarava tudo como um repórter policial, mas era pura ficção. A vida está cada dia mais crua e cruel que as minhas sujeiras se aproximam da realidade de uma forma nojenta. Um dia ainda engataria um livro infantil com mágicos e seres sobrenaturais carismáticos e escaparia de toda essa merda. Olhar pela janela buscando esse tipo de inspiração estava acabando comigo. Dei um soco no vidro da janela em um momento de explosão e o sangue misturou-se com pequenos estilhaços de vidro. Uma rajada de vento entrou e anestesiou um pouco a dor. Ascendi um cigarro e sentei no chão. Olhei alguns instantes a mão cortada, apenas isso e cheguei à conclusão que cada corte era uma daquelas injustiças pela noite afora. Fui arrancando cada pequeno caco cravado na pele, como se ajudasse uma daquelas pessoas. Quanto mais tirava mais sangue jorrava e ao fazer isso o cigarro manchou. Algumas cicatrizes não são nossas, mas mesmo assim são gravadas simbolicamente como brasa quente na nossa pele e não existe nada que se possa fazer a respeito. Eu sorria e fumava, repetindo pra mim mesmo que era só mais uma noite, apenas isso.
Girando, girando e girando.
Diabos
– praguejei ao acordar. Simplesmente abri os olhos e despertei em mais um dia
alucinante. O teto girava ou era a cama? Estiquei o braço e tentei agarrar-me
no criado mudo. Alguém já tentou fazê-lo confessar algo? O meu é confiável.
Tudo que ele já escutou a meu respeito, meus intermináveis resmungos, pesadelos
e ressacas e a toda a rotatividade da minha cama sempre morreram ali. Mas dessa vez ele não foi muito útil, mesmo
segurando-o firme, nada parou de rodar.
A vida girando numa alcoolizada roda gigante. Levantei lentamente e cai como um saco de batatas. Pausa forçada para o cigarro. Lá estava eu, encolhido no corredor que interligava o quarto com a cozinha e muito distante do meu objetivo primário: algo gelado para deslizar pela garganta e de preferência uma cerveja. Ascendi e traguei o cigarro naquele gira mundo angustiante e me pus a olhar os quadros pela parede. Pinturas de quinta categoria girando em óleo e telas baratas.
Ainda estava com as roupas da véspera, meu bafo era podre e tudo cheirava a fumaça e álcool. Que merda eu fiz ontem à noite? De onde eu tirei esses quadros terríveis? Puxei pela memória e me veio na cabeça à figura de um artista que não tinha os dois braços. Comprei algumas obras dele por alguns trocados. O coitado estava morrendo de fome. Nunca pensei em como ele pintava essas merdas. Olhei mais uma vez para o corredor e chegar até a cozinha era como o caminho de Santiago de Compostela. Será que ele segurava o pincel com a boca ou usava o próprio pau? Minhas ideias absurdas giravam imaginativamente.
Foi quando me apoiei com os braços esticados um em cada parede, o corredor era estreito, perfeito como muleta para bêbados zonzos. Ergui-me e caminhei da forma mais digna possível até a maldita geladeira. Abri e a luz quase me cegou. Quando finalmente meus olhos acostumaram com a claridade tive uma surpresa, estava abarrotada: duas garrafas de cerveja, um tomate, duas cebolas e um pimentão. Talvez eu faça um molho quando melhorar. Enfim peguei a cerveja. Abri e dei um grande gole, a sacana desceu gelada pela garganta e tudo girou pela última vez.
Apaguei sentado por ali mesmo, com a porta da geladeira aberta, escorando a cabeça na gaveta dos hortifrutigranjeiros. Acordei quatro horas depois e tudo parecia bem, nada mais girava e o enjoou havia sumido. Mas quem se importa afinal? A maldita cerveja estava quente, diabos.
A vida girando numa alcoolizada roda gigante. Levantei lentamente e cai como um saco de batatas. Pausa forçada para o cigarro. Lá estava eu, encolhido no corredor que interligava o quarto com a cozinha e muito distante do meu objetivo primário: algo gelado para deslizar pela garganta e de preferência uma cerveja. Ascendi e traguei o cigarro naquele gira mundo angustiante e me pus a olhar os quadros pela parede. Pinturas de quinta categoria girando em óleo e telas baratas.
Ainda estava com as roupas da véspera, meu bafo era podre e tudo cheirava a fumaça e álcool. Que merda eu fiz ontem à noite? De onde eu tirei esses quadros terríveis? Puxei pela memória e me veio na cabeça à figura de um artista que não tinha os dois braços. Comprei algumas obras dele por alguns trocados. O coitado estava morrendo de fome. Nunca pensei em como ele pintava essas merdas. Olhei mais uma vez para o corredor e chegar até a cozinha era como o caminho de Santiago de Compostela. Será que ele segurava o pincel com a boca ou usava o próprio pau? Minhas ideias absurdas giravam imaginativamente.
Foi quando me apoiei com os braços esticados um em cada parede, o corredor era estreito, perfeito como muleta para bêbados zonzos. Ergui-me e caminhei da forma mais digna possível até a maldita geladeira. Abri e a luz quase me cegou. Quando finalmente meus olhos acostumaram com a claridade tive uma surpresa, estava abarrotada: duas garrafas de cerveja, um tomate, duas cebolas e um pimentão. Talvez eu faça um molho quando melhorar. Enfim peguei a cerveja. Abri e dei um grande gole, a sacana desceu gelada pela garganta e tudo girou pela última vez.
Apaguei sentado por ali mesmo, com a porta da geladeira aberta, escorando a cabeça na gaveta dos hortifrutigranjeiros. Acordei quatro horas depois e tudo parecia bem, nada mais girava e o enjoou havia sumido. Mas quem se importa afinal? A maldita cerveja estava quente, diabos.
O cara azul.
Ele
tem quarenta e nove anos e uma camiseta com os dizeres “Keith Richards For
President” meio desbotada que insiste em colocar por baixo do paletó. Usa aqueles
óculos escuros que escondem seus olhos perdidos e tristes. Segue escrevendo seus textos loucos e
profeticamente neuróticos sobre “as merdas humanas” e insiste em tocar gaitinha
de boca, mesmo que não tenha nenhuma aptidão para isso. Os vizinhos concordam,
sua garota concorda e talvez até ele mesmo, se pensar um pouco a respeito
concorde, mas simplesmente não pode deixar de tocá-la por algum motivo que desconhece.
Quando toca blues é somente mais um cara triste, ficando azul. Talvez se
aproxime do céu afinal. Tem sempre um hálito de quem enxugou algumas garrafas
de cerveja, mesmo que não tenha bebido absolutamente nada. Está entranhado o
cheiro de álcool pelos seus lábios, encardido na sua boca. Talvez não tenha
paciência para higienização bucal ou anda meio doente. Passa muito tempo com o
seu cão, aquele com nome engraçado, raça exótica e quase sempre é o
suficiente. Não gosta de muitas companhias, não precisa de amigos, mas alguém
sempre está pendurado em suas bolas. Fanzocas idiotas. Sua garota diverte-se,
mas sempre reclama quando tira a sua cueca para fazerem amor e as vê por lá. Ele
precisa dela, somente dela, mas nunca deixa isso claro. Banca sempre o indiferente,
pois tem medo que ela o descubra tão pequeno, frágil, carregado de amor e com
um só golpe o reduza a nada. As mulheres fazem esse tipo de coisa quando tem
esse poder em mãos. Aprendera com a vida muitas coisas, tinha praticamente meio
século, mas somente essa pequena lição levava a sério. Essa e aquela sobre
nunca discutir com garçons. Rói unhas, devora na verdade e lê muito. Mas nada
desse século e prefere assistir uma novela a encarar Shakespeare. A trama é a mesma, mas pelo menos na televisão os diálogos não são tão
rebuscados. Não tem nenhum tipo de apego material, ambição e estagnou numa vida
fascinante aos olhos de muitos, confortável para quem está dentro e absurda
para quem insiste em espiar. Morreu uma vez, mas só de sacanagem. Ele é assim,
um filho da puta sem precedentes. Certa vez num evento beneficente da ONU
chutou o rabo humanitário do Bono Vox cantarolando “Sympathy For The Devil” até
a saída. Às vezes volta a ser criança e em poucos segundos cresce, parte pra
cima e aborrece com um leão velho. Mas assim que dá uns rugidos ao vento volta
a ficar azul. Adora nadar e faz o tipo que dá todo o gás na ida e não guarda
nada de energia para a volta. Morre na praia afogado de amor. Passional do
caralho. Andaria de bicicleta, mas não gosta de pedalar, quer mesmo é poluir o
ar, mas não se esconde e vai de conversível. Respira o mundo cinza, fuma a vida
num trago sem fim. Suas roupas fedem. Não se sabe se ele simplesmente não lava
ou impregnou mesmo. Vai ver anda meio doente mesmo.
O vespertino cotidiano desesperador.
Encontrei
alguns fios de cabelo branco. A cerveja e o cigarro estão acabando com a minha saúde.
O exagero é um dos principais pilares do meu dia-a-dia e eu preciso dar um fim
nisso. Aquele saco de boxe só tem balançado com o vento. Eu vivo chapado caindo
por ai podre e fudido. Escrevo contos, poemas e crônicas cretinas para pagar o
aluguel e encher o cu de dinheiro, mas não consigo achar sentido nisso. É
sempre legal quando sobra algum tempo para brincar de escritor de verdade e
nesses raros momentos, me tranco no quarto, coloco a vitrola para rodar Stones
e dou um amasso na minha velha máquina de escrever. Cato milho legal enquanto
fumo, bebo e extravaso toda a química podre que a vida injeta nas minhas veias
sem permissão. Vez ou outra me arrisco cantar
alguns trechos com Mick e quando percebo lá estou eu solando com o velho
Keith. Escrevo tudo na primeira pessoa, gosto de dar para os leitores uma
perspectiva real sobre alguém que não tem perspectiva nenhuma. Passo o tempo
todo com a camisa aberta e quando estou em casa me livro das calças, apenas
cuecas. Normalmente mal barbeado, alimentado e dormido. Deixo o telefone fora
do gancho para não interromperem a minha frágil inspiração. Detesto telefones
de qualquer tipo ou espécie. Quem diabos quer ser encontrado? Eu quero é me
perder e é na máquina de escrever que está a minha fuga. Quando meu cérebro já
não assimila mais porra nenhuma e a ponta dos dedos começam a ficar em carne
viva, paro e curto a música. Nunca vou para a cama antes de amanhecer mesmo
gostando muito do blackout. Queria conseguir dormir mais, mas me parece tão
inútil. O mundo segue girando e o velho Hank babando e roncando? Prefiro fazer
isso acordado e com olheiras charmosas. Sempre gostei desses paradoxos que
envolvem a decadência e toda a atração que ela exerce.
Hoje
eu levantei da cama, estava deitado apenas para descansar o corpo, pois o sono
era indiferente ao meu estado crítico. Fui até o banheiro vagarosamente
repensando seriamente essa teoria estúpida de paradoxo do caralho. Creme para
barbear na escova de dente e creme dental no rosto – Desisto porra. Lavo o rosto e o
enxugo numa toalha quase limpa. Sigo para a cozinha em busca de algo agradável
para colocar na boca. Será que tem buceta na minha geladeira? Chaleira, fogão, geladeira, completa ausência de alimentos, desespero
momentâneo, café e muitos bocejos. Uma reação em cadeia deles. Nisso coloco
novamente o telefone no gancho, enquanto fumo e bebo o meu café requentado. O
telefone chora. Atendo sem nenhum sinal de boa vontade.
- Sim...- Aqui é Charlie.
- Fala pequeno buldoguezinho, o que manda?
- Precisamos daquele roteiro Hank.
- O, Charlie, vai-te foder. Bato o telefone e espero alguns segundos, me divertindo com o desespero que ele deve estar sentindo no outro lado da linha. Trago algumas vezes o cigarro e o telefone volta a tocar.
- Fala porra!
- Por favor, não bata essa merda na minha cara Hank. Escuta-me um instante. Eu preciso desse roteiro pronto seu filho da puta.
- Sabe – eu disse -, é em ocasiões como esta, em que estou com bloqueio criativo e sendo obrigado a escrever um roteiro cinematográfico escroto por um sujeito careca que se masturba vendo qualquer coisa, até mesmo Animal Planet, que realmente lamento não ter escutado o que a mamãe me dizia quando eu era garoto.
- Por quê? O que ela dizia?
- Não sei. Eu nunca escutei.
- Ah. Vai tomar no cu Han... tu, tu, tu, tu, tu...
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Não é para ninguém.Tsc...
Não me leve tão a sério boneca. Às vezes quando
te vejo parada na porta me esperando. Não sei se corro e entro ou se paro e
escrevo mais um daqueles textos neurótico sobre partidas e paixões interrompidas.
Mas se eu entrar e pular em você, com toda certeza chegaremos lá. Então não se
preocupe docinho, não precisaremos falar com ninguém se você não quiser. Caso
você resolva fechá-la para nunca mais abrir, juro que vou bater até derrubar.
Vamos nos divertir com a porta caída no chão. Madeira estirada, vencida. Não se
tranca o amor. Pra você guardei o meu melhor. Não se assuste que não faltará
espaço, não tinha tanta coisa assim. Reciclei-me e agora morro de medo brincando
de paixão. Se eu perco o senso do ridículo caio atirando, pois é assim que sou. Me mato por querer
no meio de tanta perdição.
Diabos, é para ela sim.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Um pequeno passo para Hank Moody e um grande retrocesso para a Humanidade.
Tenho
aquela terrível sensação de ter chegado ao pico mais alto do Everest. Cravei a
minha bandeira suja de escritor pirata por lá. Mas estou tão alto e afastado
que ninguém a viu tremular, como majestosamente fez a bandeira americana na
lua. Todos acreditam que o homem pisou lá, mas ninguém acredita que todas as
noites ela vem me dizer oi na janela. Até a lua precisa fugir às vezes,
conversar com alguém e beber um café. Talvez ela só queira que eu tire aquela
maldita bandeira das suas costas, será que o monte Evereste queixa-se da minha também? Pelo menos a bandeira dos astronautas não era encardida.
Sensação densa de fuga impossível. Todos podem lhe ver partindo desesperado,
mas não se interessam pelos motivos e por nada que supostamente possa estar
cravado nas suas costas. Mesmo que ela tremule de forma infame. Até tu, Brutus?
Até Tu, Neil Armstrong? Até tu, Hank Moody?
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Resmungos de um velhote sacana.
Eu
tenho a sorte de escrever para viver, mas a verdade é que vivo para escrever e
nenhuma buceta no mundo me dá tanta satisfação quanto as minhas palavras metralhadas ao vento. Atiro já tentando alcança-las novamente, não gosto de
perdê-las de vista. Meu norte está ali, todo santo dia a me esperar. Tenho
todas as chaves para domá-las como bem entender e a dor me ajuda com o resto. É
um milagre que eu ainda percorra esse caminho, mas não posso fingir que não
vejo as razões sinalizadas em neon pelos becos escuros. Lucidez, oscilação e o
tempo pregando peças (o tempo todo?). Páginas e mais páginas em confissão no
lixo. Abre-se a verdade numa loucura plena, num ponto de vista curioso, de quem
revira a merda humana tentando desvendar tudo que é podre, procurando algum
sentido. Mesmo fedendo e como fede...
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Hanker (jogo)
Nesse jogo divertidamente
tosco ajude-me a fugir das mulheres, tragos e de qualquer farra libidinosa que
me impeça de escrever e assim conquistar novamente o coração de Karen.
(clique no link, seu idiota) Showtime - Californication Hanker
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