Eu
tenho a sorte de escrever para viver, mas a verdade é que vivo para escrever e
nenhuma buceta no mundo me dá tanta satisfação quanto as minhas palavras metralhadas ao vento. Atiro já tentando alcança-las novamente, não gosto de
perdê-las de vista. Meu norte está ali, todo santo dia a me esperar. Tenho
todas as chaves para domá-las como bem entender e a dor me ajuda com o resto. É
um milagre que eu ainda percorra esse caminho, mas não posso fingir que não
vejo as razões sinalizadas em neon pelos becos escuros. Lucidez, oscilação e o
tempo pregando peças (o tempo todo?). Páginas e mais páginas em confissão no
lixo. Abre-se a verdade numa loucura plena, num ponto de vista curioso, de quem
revira a merda humana tentando desvendar tudo que é podre, procurando algum
sentido. Mesmo fedendo e como fede...
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