quarta-feira, 16 de junho de 2010

Enganem-me, por favor.


Existem algumas explicações, mesmo que muito mirabolantes, que ainda não fazem sentido da minha cabeça. Não que alguma coisa já tenha feito até hoje, mas essa em especial está martelando sem parar aqui dentro da minha cachola e eu estou ávido por respostas.  Nem que sejam as mais cretinas e furadas, mas preciso de algo para enganar-me provisoriamente e ter um pouco de paz de espírito. É como a história das cegonhas que carregam os bebês pelo bico e os trazem voando para que os pais possam criar. Esse papo é batido e sempre é contado quando os adultos são questionados pelas crianças sobre o assunto. Rola um desespero, a mãe joga a batata quente para o pai que devolve para a mãe e como na maioria das vezes eles não sabem como agir, por vergonha ou preguiça mesmo, apelam para essa explicação furreca. É verdade? Claro que não é, mas elas aceitam o engodo temporário até completarem idade suficiente para entenderem a realidade cruel do sexo.  A mentira empurra com a barriga a questão e ganha um pouco de tempo até os fedelhos se tornarem emocionalmente maduros para aceitarem a realidade.  Quando isso acontece, alguém vem calmamente contar o que diabos tá rolando de fato. O amor, seguindo essa linha de raciocínio, é tão absurdo quanto uma cegonha voar entre as nuvens com uma criança presa no bico, mas ainda não estou preparado para ouvir a verdade. Eu preciso desse romantismo tolo como norte nas minhas relações. Não me sinto grandinho o suficiente para a verdade, seja ela qual for. Então me enganem, por favor, pois eu preciso de mais tempo.


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